domingo, 15 de setembro de 2013

Homens de Neandertal...


Então, olhando para trás, para meus tempos de criança... E faz algum tempo, mas se, considerarmos a história, não faz tanto tempo assim... Cheguei a uma conclusão, éramos Homens-de-Neandertal, vivíamos, quase que, na Idade da Pedra...
Nossas roupas eram feitas em casa, costuradas à mão, porque nem todos tinham máquinas de costura em casa, ou à máquina de pedal, os que eram um pouco mais abastados, a possuíam.
Quando digo, um pouco mais abastados, não quero dizer “ricos”, apenas em situações um pouco melhores de vida, porque, naquele tempo, nós, crianças, não conseguíamos perceber a diferença entre quem tinha mais ou menos, brincávamos das mesmas coisas, nas ruas, brigávamos, também, mas era tudo muito sadio.
Raramente, se via um automóvel... Ônibus, então, era apenas um, que para utilizá-lo, o povo tinha que fazer longas e longas caminhadas. Geralmente, as viagens eram de trem (as ferrovias eram muito utilizadas).

Ferros elétricos havia poucos, muitos se utilizavam dos ferros em brasa, que eram verdadeiros trambolhos, pesadões. 


As enceradeiras demoraram um pouco a chegar, então, eram utilizados os escovões, feitos de ferro também, com um cabo igual ao de vassouras e com escova em baixo, esses eram usados para passar palha de aço, no chão de madeira (ainda não havia sinteco ou cascolac) e, depois, usados para lustrar esse chão. Ficava muito lindo e brilhando!


As geladeiras, geralmente, davam choque, mas gostávamos de brincar com isso, fazíamos uma fila de crianças, uma segurando a mão da outra e, a última, normalmente, levava o choque.


Os fogões eram à lenha, alguns possuíam fogões à gás, cujas  bocas eram feitas de ferro também, em formato de cachimbo, eram pequenos, mas eficientes. Na falta de gás, se usavam, também, fogareiros, pequenos fogões que se acendiam com álcool. Em alguns lugares não havia luz elétrica, portanto, se utilizavam velas, lamparinas, ou, quem tinha, lampião à gás.


A televisão veio para o Brasil nos anos 50, eram televisores imensos, com tubos enormes e válvulas, que, se queimassem, podiam ser trocadas, mas, caso se batesse o tubo, ele estourava e adeus televisor.  Não eram em cores e, mesmo assim, assistíamos aos desenhos sabendo exatamente as cores deles, achávamos lindos (descobrimos que, depois da tv em cores, nossa imaginação via as cores certas, nem estranhamos).




Telefones eram raros, mas existiam, os telefones públicos ficavam em alguns comércios, eram de mesa, mas se utilizavam fichas para poder completar as ligações, tudo muito arcaico, (quando se pensa nos dias de hoje, com celulares, iphones, ipads, instagrans e outros...).


E os anos foram se passando, as coisas evoluindo e, finalmente, chegamos à Era da Tecnologia, um salto de, mais ou menos, vinte e cinco anos... Um Admirável Mundo Novo, onde você se conecta com as pessoas de qualquer lugar do mundo, em tempo real, onde as notícias chegam no instante em que acontecem e você consegue perceber que tudo mudou, que existe tecnologia para tudo... Evoluímos tecnologicamente e involuímos espiritualmente, ficamos descrentes, menos sociais, nos fechamos no mundo da internet e as famílias passaram a se comunicar através dela, sem necessidade de contato físico, será que isso é bom? 


Vamos aguardar para ver...


                                                                 15 de setembro de 2013

                                                                                Cida Trindade

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